Gula (part. Chino Pacas)

Desejo e excessos em "Gula (part. Chino Pacas)" de Neton Vega

A música "Gula (part. Chino Pacas)", de Neton Vega, explora o desejo intenso e a busca por prazer sem limites, tanto no aspecto físico quanto material. O título já indica essa abordagem provocadora, tratando o desejo como um apetite insaciável, quase um vício. A letra mistura referências a sexo, álcool e marcas de luxo, como Dior, mostrando que o prazer é buscado em todas as formas possíveis, sem culpa ou restrições. O verso “De tu piel, tengo gula” (“Da sua pele, tenho gula”) reforça essa vontade constante de mais, enquanto a menção à “última cena” sugere uma urgência de aproveitar tudo ao máximo, como se cada noite fosse a última oportunidade.

A canção também faz uso de imagens bíblicas, como em “Tú no eres Eva, tú eres la serpiente” (“Você não é Eva, você é a serpente”), invertendo o papel tradicional da tentação e colocando a parceira como a própria fonte do desejo. Isso contribui para o clima ousado e despreocupado da música, onde não há espaço para moralismos ou compromissos profundos: “No soy de flores y ni lo menciones / Yo no soy romantic, pero por ti voy” (“Não sou de flores e nem mencione isso / Não sou romântico, mas por você eu vou”). O materialismo aparece de forma explícita quando o narrador se dispõe até a “fazer-se traficante” para satisfazer o desejo da parceira por Dior, conectando prazer, dinheiro e risco. No fim, "Gula (part. Chino Pacas)" celebra a vida noturna e os excessos, destacando a importância de viver intensamente o presente, sem se preocupar com as consequências.