Inclassificáveis

A Celebração da Diversidade em 'Inclassificáveis' de Ney Matogrosso

A música 'Inclassificáveis' de Ney Matogrosso é uma celebração da diversidade cultural e étnica do Brasil. A letra destaca a multiplicidade de identidades que compõem a nação brasileira, rejeitando rótulos simplistas e abraçando a complexidade das misturas raciais e culturais. Ney Matogrosso, conhecido por sua voz única e performances teatrais, utiliza a música para desafiar as noções tradicionais de identidade e pertencimento.

A repetição de perguntas como 'Que preto, que branco, que índio o quê?' enfatiza a inutilidade de tentar categorizar as pessoas em grupos rígidos. Em vez disso, a música sugere que a identidade é fluida e multifacetada. Termos como 'mestiços', 'mulatos', 'cafuzos' e 'mamelucos' são usados para ilustrar a rica tapeçaria de heranças culturais que coexistem no Brasil. A música também menciona combinações inusitadas como 'crilouros', 'guaranisseis' e 'judárabes', sublinhando a ideia de que as identidades são complexas e não podem ser facilmente definidas.

A letra também aborda a pluralidade em outros aspectos da vida, como religião e leis, com frases como 'Não tem Deus, tem Deuses' e 'Não tem lei, tem leis'. Isso reflete a diversidade de crenças e sistemas de valores presentes na sociedade brasileira. A música termina com uma série de neologismos que combinam diferentes etnias e culturas, como 'egipciganos', 'yorubárbaros' e 'orientapuias', reforçando a ideia de que a identidade brasileira é uma mistura única e inclassificável.

'Inclassificáveis' é uma poderosa declaração de orgulho pela diversidade e um chamado à aceitação e celebração das diferenças. Ney Matogrosso, com sua carreira marcada pela quebra de tabus e exploração de temas sociais, utiliza esta música para promover uma visão inclusiva e pluralista da sociedade.