4 ou 5 (part. Prodígio e Monsta)

Ironia e afirmação em “4 ou 5 (part. Prodígio e Monsta)”

Em “4 ou 5 (part. Prodígio e Monsta)”, NGA, Prodígio e Monsta usam a expressão repetida “de zero a dez é quatro ou cinco” para ironizar situações ou pessoas que não atingem o padrão deles. Ao mesmo tempo, deixam claro que o próprio trabalho está em outro nível: “Nossa merda é dez, não é quatro ou cinco”. Essa comparação direta serve para valorizar a qualidade do rap feito por eles e pela Dope Muzik, enquanto diminui concorrentes ou experiências que consideram medianas.

O contexto do rap angolano, especialmente da Linha de Sintra, aparece como símbolo de autenticidade e superação. O orgulho das origens e da vivência nas ruas é reforçado em versos como “Diz ao nigga que aprendi na rua / Conhecimento torna rico”. A letra também traz referências à ostentação, carros de luxo e festas, mas sempre com um tom descontraído e autoconfiante. Quando mencionam “umas quatro ou cinco no recinto”, o sentido pode variar entre mulheres, bebidas ou situações, reforçando o clima de celebração e abundância. O verso “Eu sou Mufasa, não sou G.O.A.T” faz um jogo de palavras: Mufasa, o rei leão, representa liderança e respeito, enquanto G.O.A.T (Greatest Of All Time) é uma gíria comum no rap, mostrando que o artista prefere ser reconhecido como rei do seu território. Lançada durante a quarentena, a música também transmite resistência e adaptação, mostrando a força e identidade do rap angolano mesmo em tempos difíceis.