C Walk 2 (part. BIN e Big Rush)

Referências de gangue e ostentação em “C Walk 2 (part. BIN e Big Rush)”

Em “C Walk 2 (part. BIN e Big Rush)”, Borges, BIN e Big Rush utilizam referências visuais e líricas para conectar o trap brasileiro à cultura dos Crips, famosa gangue americana conhecida pela dança C-Walk. O uso de roupas azuis no clipe reforça essa ligação, trazendo para o contexto nacional símbolos de atitude, resistência e pertencimento. A letra mistura ostentação, confiança e códigos das ruas, como no verso “Mandando C-Walk, ela me olha, eu tô de peça”, onde a dança se une à exibição de poder — "peça" sendo gíria para arma —, mostrando como elementos da cultura de gangues dos EUA são adaptados de forma irreverente no Brasil. O tom debochado aparece em “Foda-se o blueface, mano, eu sou o rei do club / Pelo menos no Brasil, ahn / Eu acho, né? Hahahaha”, ironizando a busca por reconhecimento internacional e afirmando a identidade local.

A música aborda temas clássicos do trap, como ostentação, festas, sexo, drogas e lealdade ao grupo. O refrão “Ensinei C-Walk pros menor 157” faz um jogo de palavras: além de ensinar a dança, "157" remete ao artigo do código penal para roubo à mão armada, sugerindo que os mais jovens aprendem tanto a cultura quanto a malandragem. As menções a armas, festas, mulheres e marcas como Nike e Lacoste reforçam o imaginário de poder e status. Ao mesmo tempo, versos como “Eu não ia tá na parte dois / Que se foda os comentário, eu não ligo, eu sempre tô com meus parceiro” mostram que a autenticidade e a lealdade ao grupo são prioridades, acima das críticas externas. Assim, a faixa celebra o lifestyle do trap, misturando referências internacionais e brasileiras para reafirmar a identidade dos artistas na cena.