Nós É Só Menorzin (part. Oruam)

Contrastes de ostentação e realidade em “Nós É Só Menorzin”

Em “Nós É Só Menorzin (part. Oruam)”, Borges apresenta um retrato complexo da juventude nas favelas, misturando ostentação e vulnerabilidade. A letra faz referência a conquistas materiais, como em “Eu fujo na McLaren, terror dessa cidade / Eu faço tanta grana que nem cabe na minha house”, mas não ignora a realidade difícil e perigosa do cotidiano, marcada por “pistola e radin no alto da favela”. Esse contraste mostra que a ostentação não é apenas vaidade, mas também uma forma de afirmação e resposta à luta diária por respeito e sobrevivência em um ambiente hostil.

A música também destaca valores como lealdade e humildade, mesmo diante das conquistas. O verso “Jesus foi bom comigo, pé no chão e humildade” reforça a importância de manter os pés no chão. Já “Dois tiros pro alto em homenagem a todos os irmão que se foi” evidencia o impacto da violência e das perdas constantes, mostrando que celebração e dor coexistem. O refrão, ao repetir que são “só menorzin no meio dessa guerra”, reforça a ideia de que esses jovens, apesar da pouca idade, assumem a responsabilidade de proteger sua comunidade e manter a esperança. Assim, a música retrata a busca por respeito, a superação dos julgamentos e a força coletiva diante das adversidades.