Proibidão 2022 - Pior Versão de Mim (part. DEGE, MC Max e Pedrin)

Realidade e resistência em "Proibidão 2022 - Pior Versão de Mim"

"Proibidão 2022 - Pior Versão de Mim (part. DEGE, MC Max e Pedrin)", de Borges, expõe de forma direta a dureza do cotidiano nas favelas do Rio de Janeiro. A letra mistura relatos de sobrevivência, crítica social e ostentação, mostrando como a violência é tanto uma ameaça quanto uma resposta à opressão policial e política. Ao citar figuras como o ex-vereador Gabriel Monteiro, preso por estupro, e ao chamar deputados de "puta do Estado", a música reforça a postura de resistência dos artistas diante de autoridades vistas como hipócritas ou corruptas, conectando a letra a escândalos políticos recentes.

A narrativa alterna entre a vida no crime e a busca por respeito e sobrevivência. Expressões como "remédio pra talarico é bala" e "levanta a bandeira do 1-5-7" (referência ao artigo do Código Penal sobre roubo) mostram que a violência é parte da identidade e defesa dos personagens. O verso "com 12 anos, cresceu revoltado, pra mídia ele era um menor infrator" evidencia o preconceito e a falta de oportunidades para jovens de periferia. Ao mesmo tempo, frases como "papel e caneta é minha munição" indicam que a música é usada como arma e forma de resistência. O refrão "foi assim que vários, vários se perde na ilusão de um dia ser melhor que ontem" revela a desilusão diante do ciclo de violência e marginalização. Menções à fé e à família, como "todas minhas escolha foi em prol da minha família" e "Jesus me blinda, Deus que nos vigia", mostram que, mesmo em meio ao caos, valores pessoais ainda guiam as escolhas. Assim, a música oferece um retrato cru e realista da favela, onde a pior versão de si mesmo surge como resposta ao ambiente hostil.