Anaconda

Empoderamento e crítica social em “Anaconda” de Nicki Minaj

Em “Anaconda”, Nicki Minaj transforma o sample de “Baby Got Back” em um manifesto de empoderamento feminino, celebrando corpos volumosos e a autonomia sobre a própria sexualidade. O refrão repetitivo — “My anaconda don’t want none unless you got buns, hon” (Minha anaconda não quer nada a não ser que você tenha bumbum, querida) — destaca a valorização das curvas e desafia padrões tradicionais de beleza, colocando mulheres com corpos grandes no centro da atenção. Minaj reforça essa mensagem de forma direta e irreverente ao longo da música, usando humor, ostentação e sexualidade explícita.

A letra apresenta personagens masculinos como “Troy” e “Michael” para mostrar situações em que a mulher dita as regras e se beneficia da relação, seja financeiramente ou sexualmente. Frases como “he can tell I ain’t missing no meals” (ele percebe que não estou pulando refeições) e “say he don’t like ‘em boney, he want something he can grab” (diz que não gosta delas magras, quer algo que possa segurar) reforçam o orgulho do próprio corpo. O verso “fuck the skinny bitches” escancara a crítica aos padrões magros impostos pela mídia. O duplo sentido é constante, especialmente no uso de “anaconda” como metáfora para o órgão sexual masculino, mas Minaj inverte a lógica ao colocar o desejo e o poder de escolha nas mãos da mulher.

O contexto do lançamento e as declarações de Nicki Minaj mostram que “Anaconda” vai além da provocação: é uma resposta à marginalização de mulheres negras e corpos não padronizados na indústria musical. O videoclipe, com festas entre amigas e danças sensuais, reforça a ideia de que mulheres podem celebrar sua sensualidade juntas, sem submissão ao olhar masculino. Assim, Minaj desafia normas culturais, promove autoestima e abre espaço para discussões sobre representatividade e empoderamento.