Manaus

Identidade e diversidade cultural em “Manaus” de Nicolas Jr.

A música “Manaus”, de Nicolas Jr., apresenta um retrato sensível e educativo da capital amazonense, indo além de uma simples homenagem. Um dos pontos centrais da canção é a valorização da miscigenação e da convivência entre diferentes povos, expressa no verso “casaste o índio com o branco, o preto, o pardo e sei lá mais o quê”. Essa frase resume a formação identitária de Manaus, marcada pela mistura de etnias e culturas, e se conecta ao propósito do álbum “História e Geografia do Amazonas em Cantoria”, que busca ensinar sobre a diversidade do estado de forma acessível.

A letra também destaca elementos do cotidiano e da cultura local, como o “calor que emana do humano jeito caboclo de ser”, o “jaraqui”, as “palafitas” e comidas típicas como “beiju, farinha, tucumã”. Essas referências reforçam o compromisso de Nicolas Jr. em valorizar o modo de vida amazonense e aproximar o ouvinte da realidade ribeirinha e urbana de Manaus. Ao abordar tanto o “progresso” quanto o “retrocesso”, a música propõe uma reflexão sobre as mudanças da cidade, sem perder de vista suas raízes. O tom nostálgico aparece ao mencionar a “belle epoque” e a Manaus “de quem não viu”, evocando memórias de um passado grandioso e sugerindo que a cidade ainda guarda mistérios e potencial, como na imagem da “deusa centrada no ventre da mata ainda agachada, prestes a um salto para o Brasil”. Assim, “Manaus” celebra a identidade local, conectando tradição, história e cotidiano de forma envolvente.