Setor Norte (part. Terra)

Orgulho e resistência periférica em “Setor Norte (part. Terra)”

A música “Setor Norte (part. Terra)” de N.I.N.A, com participação de Terra, usa o futebol como metáfora para valorizar a força, a superação e o orgulho das origens, especialmente da Zona Norte do Rio de Janeiro. O título faz referência ao setor das arquibancadas do Maracanã, tradicional espaço de torcedores apaixonados, e também à região de onde a artista vem, reforçando o vínculo pessoal e comunitário. Quando N.I.N.A canta “eu sou da Norte, nós é cria, dez e faixa”, ela celebra sua identidade e a representatividade de quem vem da periferia, conectando sua trajetória à de muitos que encontram no futebol e na música formas de afirmação e resistência.

A letra tem um tom descontraído e vibrante, típico das festas de arquibancada, e traz referências diretas ao universo do futebol, como “cerva gelada, domingo no Maraca” e “vestir rubro é negro, não tem pra ninguém”, que remetem à experiência coletiva de torcer pelo Flamengo. Ao se comparar a Marta, maior jogadora da história do futebol feminino brasileiro, N.I.N.A destaca o protagonismo feminino e a busca por excelência: “Igual Marta 10, eu espanco no ataque / Craque do ano, sem ter concorrência”. O verso “não adianta, nós é quem fecha, não tenho medo de homem” reforça a autoconfiança e a quebra de barreiras de gênero, tema presente em todo o EP. A música também homenageia as torcidas organizadas e a cultura de arquibancada, reconhecendo o papel fundamental dos torcedores como “o pulmão do time” e “os décimos-segundos jogadores”. Assim, “Setor Norte” é uma celebração da paixão pelo futebol e um manifesto de orgulho das raízes e da força coletiva de quem ocupa as arquibancadas e as ruas.