Stain

Alienação e autodepreciação em "Stain" do Nirvana

Em "Stain", do Nirvana, a repetição da frase "I'm a stain" (“Eu sou uma mancha”) evidencia um sentimento profundo de autodepreciação e alienação. O personagem da música se enxerga como algo indesejado, uma marca que não pode ser removida ou ignorada. Esse sentimento é reforçado pelo contexto da canção, que aborda o desespero existencial e a sensação de estagnação. Isso fica claro em versos como “he never bleeds and he never fucks / And he never leaves 'cause he's got bad luck” (“ele nunca sangra e nunca transa / E nunca vai embora porque tem azar”), que retratam uma vida sem vitalidade, marcada pela inércia e pela falta de propósito.

Termos como “bad luck” (“azar”) e “bad blood” (“rancor” ou “mágoa”) reforçam a ideia de que o personagem está preso a uma condição negativa, quase como se estivesse condenado a ser uma mancha permanente. A música é frequentemente associada a “Floyd the Barber”, também do Nirvana, por compartilhar temas de isolamento e desconforto social, características marcantes do início da carreira da banda. Assim, "Stain" apresenta um retrato direto e cru de alguém que se sente irrelevante e incapaz de mudar sua situação, usando a repetição e a simplicidade da letra para transmitir o peso de uma existência monótona e sem sentido.