Cigarettes

A relação entre vício e amor em “Cigarettes” de Noah Gundersen

Em “Cigarettes”, Noah Gundersen faz uma analogia direta entre um relacionamento intenso e o vício em cigarros, mostrando como ambos podem ser difíceis de abandonar, mesmo quando já se reconhece o quanto são prejudiciais. A metáfora aparece logo nos versos “You remind me, of cigarettes / The way I hold you, in my chest” (Você me lembra cigarros / Do jeito que eu te guardo no peito), ligando a sensação física do vício à presença marcante da pessoa amada. Assim como a nicotina, o relacionamento deixa marcas profundas e difíceis de apagar.

Gundersen escreveu a música em um momento específico de sua vida, mas ela acabou ganhando um significado mais amplo, refletindo a luta universal para superar algo que já foi prazeroso, mas se tornou nocivo. Versos como “Once you had me, you don't have me anymore / I don't crave you in the morning, or at the company store” (Você já me teve, mas não tem mais / Não sinto sua falta de manhã, nem no trabalho) mostram o esforço para seguir em frente. No entanto, a repetição de “Honey, you're smooth” (Querida, você é suave) revela que o fascínio ainda persiste. Já o trecho “But the truth is that you do / Not the way you used to / But there's something after you” (Mas a verdade é que você ainda faz / Não do jeito que fazia antes / Mas ainda resta algo depois de você) expõe a honestidade do processo: mesmo com o tempo, a sombra do antigo desejo permanece, ilustrando a complexidade de se libertar de um vício, seja ele uma substância ou um amor intenso.