Desenho

Desenho: A Arte da Resistência e da Expressão Pessoal

A música 'Desenho' da banda Numa Margem Distante é uma obra que explora a complexidade das emoções humanas e a busca por significado através da arte. A letra começa com uma reflexão sobre a angústia e a catarse, sugerindo que a criação artística é uma forma de lidar com sentimentos intensos e, muitas vezes, dolorosos. A menção a locais como Catete e Laranjeiras, junto com a expressão 'TUDUBOM', traz um toque de realidade e proximidade, conectando o ouvinte a um contexto urbano e cotidiano.

A música também aborda a dualidade da existência, como a 'doença controlável, incurável' e a 'percepção insuportável'. Essas metáforas indicam uma luta interna constante, onde a lucidez e a revolta divina se encontram. A repetição da frase 'amor é tudo que eu tenho' reforça a ideia de que, apesar das dificuldades e das cicatrizes, o amor e a paixão pela arte são as forças motrizes que impulsionam o artista a continuar criando e se expressando.

Outro ponto importante é a crítica social presente na letra. Termos como 'acertos crucificados, erros idolatrados' e 'a fluidez da luz dos inconformados' sugerem uma visão crítica sobre a sociedade e suas normas. A música celebra a liberdade e a inquietude, características dos 'libertários ingovernáveis', e destaca a importância do crescimento interior e da autoafirmação. A expressão 'um significante de uma margem distante' pode ser interpretada como a voz daqueles que estão à margem da sociedade, mas que encontram no rap uma forma de expressão e resistência.

Em suma, 'Desenho' é uma canção que mistura introspecção, crítica social e celebração da arte como forma de resistência e expressão pessoal. Através de suas letras poéticas e carregadas de significado, Numa Margem Distante nos convida a refletir sobre nossas próprias lutas e a encontrar alívio e sentido na criação artística.