Madalena
Nuno Bracourt
Madalena!
Aquelas noites na avenida de Roma
Tu toda chique e eu com nódoas na roupa
Jeitinho de princesa mas andas sempre a dever horas à cama
No 206 às 5 da matina
Sempre que te vejo
É uma desforra
Emoldurei o meu amor por ti
E fui-me embora
Limpo as memórias com borracha
Mas a tua tinta não se apaga
Madalena!
Aquelas nossas noites no bairro alto
Com os casacos a cheirar a tabaco
Subir a aquela ladeira
E tu sempre de salto alto
Na calçada portuguesa
Sempre que te vejo
É uma desforra
Emoldurei o meu amor por ti
E fui-me embora
Limpo as memórias com borracha
Mas a tua tinta não se apaga
Este inverno estou sozinho pronto para ter saudades
Em dezembro sou menino da cidade
E não vejo mares e cafés
Oxalá não seja tarde
Eu que sou filho do algarve
Vou e volto com a maré
Cheira a alcatrão molhado neste rio tens sempre pé
Estou no sítio dos outros, não me cansa ser mais um
Sempre que te vejo
É uma desforra
Emoldurei o meu amor por ti
E fui-me embora
Limpo as memórias com borracha
Mas a tua tinta não se apaga
Sempre que te vejo
É uma desforra
Emoldurei o meu amor por ti
E fui-me embora
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