I Am The Walrus

Provocação e irreverência em "I Am The Walrus" do Oasis

Ao escolher encerrar seus shows com "I Am The Walrus", o Oasis faz uma provocação clara e consciente. A banda homenageia os Beatles, mas também imprime sua própria marca, trazendo uma energia punk e debochada, especialmente na performance de Liam Gallagher. O tom irreverente e caótico da música aparece em versos como “See how they run like pigs from a gun” (Veja como eles correm como porcos fugindo de uma arma) e “Yellow mellow custard dripping from a dead dog's eye” (Creme amarelo escorrendo do olho de um cachorro morto), que usam imagens absurdas para criticar a ordem social e desafiar interpretações convencionais.

A letra, cheia de associações livres e nonsense, brinca com a ideia de identidade coletiva e alienação, como em “I am he as you are he as you are me and we are all together” (Eu sou ele, assim como você é ele, assim como você sou eu, e nós somos todos juntos). Essa confusão proposital de identidades ironiza a busca de sentido em um mundo caótico. Referências como “Lucy in the sky” e “kicking Edgar Allan Poe” misturam cultura pop, literatura e psicodelia. Ao adaptar a canção, o Oasis reforça o espírito de rebeldia e ironia, priorizando intensidade e atitude em vez de fidelidade musical, como já afirmou Noel Gallagher. Assim, "I Am The Walrus" permanece um manifesto de irreverência e liberdade criativa, tanto na versão original quanto na releitura energética do Oasis.