Use Me

Vulnerabilidade e autossabotagem em "Use Me" de Olga Myko

"Use Me", de Olga Myko, aborda de forma direta a sensação de ser descartável em relacionamentos marcados pela falta de reciprocidade. A artista expõe o contraste entre ser vista como "holy little Mary" (santa Maria, alguém pura e digna de casamento) e "hot line fucking baby" (garota de telefone quente, procurada apenas para sexo casual), mostrando sua frustração com a objetificação e a dificuldade de ser valorizada de verdade. Essa dualidade revela como ela percebe que, para a outra pessoa, nunca será uma escolha para algo sério, apenas para momentos passageiros.

A repetição de "Use me" e a pergunta "Why do I choose people that don't choose me?" (Por que escolho pessoas que não me escolhem?) reforçam o ciclo de vulnerabilidade e autossabotagem, em que Olga reconhece o próprio padrão de se envolver com quem não retribui seus sentimentos. O tom de desabafo aparece em versos como "You're not the fucking best / No, you're just like the rest" (Você não é o melhor / Não, você é como todos os outros), deixando claro o desencanto e a decepção. No final, ao dizer "If you learn something from this mess / Please don't do this to the next" (Se você aprender algo com essa bagunça / Por favor, não faça isso com a próxima), ela expressa o desejo de que, apesar da dor, haja aprendizado para ambos. O contexto do EP "When a Girl Cries" reforça que a canção é um retrato honesto da vulnerabilidade feminina diante de relações desequilibradas e da busca por respeito e reciprocidade.