Bunnies

Reflexão sobre autenticidade digital em “Bunnies” de Oliver Richman

Em “Bunnies”, Oliver Richman usa a imagem de coelhos pulando em um trampolim para discutir, de forma irônica e melancólica, a dificuldade de diferenciar o real do artificial em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia e pela inteligência artificial. O verso “There were bunnies that were jumping on a trampoline / And I just learned that they weren't real” (Havia coelhos pulando em um trampolim / E eu acabei de descobrir que eles não eram reais) mostra o choque ao perceber que até experiências aparentemente autênticas podem ser fabricadas. Isso reflete a preocupação atual com a manipulação de emoções e percepções por meio de realidades digitais, onde até sentimentos e relações podem ser tão artificiais quanto um coelho virtual criado por IA.

A menção à “mulher que falava na tela da TV” e que “não existe” aprofunda essa discussão, mostrando como figuras geradas por inteligência artificial já ocupam espaços de influência e afeto, mesmo sem existência real. A ironia se intensifica quando o narrador questiona a autenticidade do amor: “Sometimes it feels like your love is as real as an unknowing bunny” (Às vezes parece que seu amor é tão real quanto um coelho que não sabe de nada). Expressões como “your mind's made of lead and your heart's made of steel” (sua mente é feita de chumbo e seu coração de aço) indicam um endurecimento emocional diante desse cenário, onde a facilidade de manipular aparências e sentimentos leva à perda da sensibilidade e da autenticidade. Assim, a música serve como um alerta sobre os riscos de se perder o que é genuíno em meio a tantas simulações digitais.