P o l v o s Q u e N o S e O l v i d a n

Memórias e desejo em "P o l v o s Q u e N o S e O l v i d a n"

Em "P o l v o s Q u e N o S e O l v i d a n", Omar Courtz explora encontros sexuais intensos que permanecem na memória, mesmo quando o relacionamento não se mantém. A expressão do título, que pode ser traduzida como "transas que não se esquecem", resume bem o tema central: momentos passageiros, mas marcantes. Courtz mistura nostalgia com um clima de festa e hedonismo, criando um contraste entre o prazer imediato e a saudade que fica. Trechos como “capsuleando en la Merce y cristales G5” (curtindo de Mercedes e com drogas sintéticas) e “perreando en la disco” (dançando na balada) reforçam o cenário de luxo, diversão e fuga da rotina, onde o foco é aproveitar o presente, mesmo sabendo que tudo é temporário.

A música também traz uma sensação de urgência e intensidade, como em “Total siempre nos damo' como si es la última ve'” (“Afinal, sempre transamos como se fosse a última vez”). Ao mesmo tempo, Courtz revela vulnerabilidade ao falar de arrependimentos e da dificuldade de desapegar, como em “Dime por qué carajo me deja' en visto” (“Me diz por que diabos você me deixa no vácuo”) e “O me sacaste de tu cuerpo como si fuese una lipo” (“Ou você me tirou do seu corpo como se fosse uma lipoaspiração”). Esse último verso faz um trocadilho entre ser removido da vida da pessoa e um procedimento estético, mostrando como as relações podem ser descartáveis, mas nem sempre fáceis de esquecer. No fim, a música celebra o presente, mesmo sabendo que tudo pode acabar a qualquer momento, e reflete sobre as marcas que esses momentos deixam.