Basique

Crítica social e ironia em “Basique” de Orelsan

Em “Basique”, Orelsan faz uma crítica direta à sociedade contemporânea ao repetir insistentemente a expressão “simple, basique”. Ele usa esse recurso para ironizar a necessidade de lembrar conceitos óbvios que, segundo ele, muitos ignoram no dia a dia. O tom didático da música, reforçado pela introdução do videoclipe em que o artista chama o público de “muito burro”, evidencia sua insatisfação com a superficialidade e a falta de pensamento crítico, especialmente em uma época marcada pelo excesso de informação.

A letra traz exemplos do cotidiano e referências históricas para mostrar como noções básicas são esquecidas ou distorcidas. Quando diz “Si c’est écrit sur Internet, c’est peut-être faux, mais c’est peut-être vrai (simples)” (“Se está escrito na internet, pode ser falso, mas pode ser verdadeiro (simples)”), Orelsan alerta para o perigo de aceitar tudo sem questionar, um tema central na era digital. Ao mencionar “Hugo Boss habillait les nazis, le style c’est important (simple)” (“Hugo Boss vestia os nazistas, o estilo é importante (simples)”), ele destaca a importância de conhecer o contexto por trás de marcas e símbolos. Frases como “À l’étranger, t’es un étranger, ça sert à rien d’être raciste (simple)” (“No exterior, você é um estrangeiro, não adianta ser racista (simples)”) desmontam preconceitos com lógica direta. O refrão repetitivo reforça a mensagem de que, sem compreender o básico, não é possível avançar, tornando a música um chamado à simplicidade e ao pensamento crítico em meio à complexidade do mundo atual.