Até Quando Brasil-colônia?

Crítica social e herança colonial em “Até Quando Brasil-colônia?”

Em “Até Quando Brasil-colônia?”, o grupo Oriente faz uma crítica contundente à permanência de estruturas coloniais no Brasil. A repetição do termo “capitania hereditária” ao longo da música destaca como práticas de concentração de poder e privilégios, herdadas do período colonial, ainda influenciam a política, a economia e a cultura do país. O grupo conecta essa herança à venda da Amazônia e à perpetuação de desigualdades, sugerindo que o Brasil segue sendo explorado, agora sob novas formas e interesses.

A introdução da música traz um discurso da Deputada Cidinha Campos, que chama políticos de “canalhas consagrados” e “corruptos”, estabelecendo o tom de denúncia. A letra questiona como uma minoria de políticos, empresários e banqueiros controla milhões de brasileiros, defendendo a cooperação e a revolução pacífica como alternativas ao sistema atual. Oriente expõe o contraste entre a elite, que “leva os filhos pra viajar na Disneylândia”, e a população marginalizada, como os “menores na Cracolândia” e os indígenas afetados por doenças, evidenciando a desigualdade social e a negligência do Estado. A música também critica a alienação cultural e educacional, apontando a falta de ensino sobre a África e a história indígena, enquanto se privilegia a narrativa europeia. Ao final, a repetição de “formação de quadrilha” e a indignação nos trechos falados reforçam o sentimento de revolta e urgência por mudança, incentivando o ouvinte a não aceitar passivamente as heranças coloniais e a lutar por justiça social.