Canção do Trabalhador Brasileiro

Nacionalismo e identidade em “Canção do Trabalhador Brasileiro”

“Canção do Trabalhador Brasileiro”, interpretada por Orlando Silva, vai além de uma simples homenagem ao trabalhador. Lançada durante o governo Vargas, nos anos 1940, a música reflete o contexto de forte nacionalismo e de incentivo estatal à produção de hinos patrióticos. A letra valoriza o trabalho como elemento fundamental para o progresso do país, alinhando-se ao discurso oficial da época, que buscava unir a população em torno da ideia de desenvolvimento nacional.

A canção destaca a participação de todos — “na cidade, no campo e na serra” — na construção da “riqueza da terra”, reforçando a noção de coletividade. O refrão, “trabalhar é nossa glória”, associa o esforço coletivo à vitória e ao engrandecimento do Brasil. Termos como “esforço varonil” e “vocação de um porvir fecundo” remetem à linguagem otimista e marcial das campanhas do Estado Novo, que exaltavam o trabalhador como herói nacional. Ao mencionar “o pendão auriverde no mundo”, a música expressa um orgulho nacional que ultrapassa fronteiras, evidenciando o papel da canção como instrumento de mobilização social e política naquele momento histórico.