Dejavu (part. MC Tuto, L7NNON e Oruam)

Luxo e rotina em "Dejavu (part. MC Tuto, L7NNON e Oruam)"

"Dejavu (part. MC Tuto, L7NNON e Oruam)", de Orochi, explora como o luxo e a ostentação se tornam parte do cotidiano dos artistas, a ponto de perderem o impacto. Referências a marcas como Audemars Piguet e locais sofisticados, como o Hotel Fasano em Ipanema, reforçam esse ambiente de riqueza. No entanto, a repetição dessas experiências transforma o extraordinário em algo previsível, como mostram os versos: “Parecia um déjà-vu, déjà-vu, déjà-vu / Nós se encontrar naquele hotel”. O que deveria ser especial acaba se tornando rotina, esvaziando o brilho das conquistas e dos encontros.

A música também aborda a influência do status e do dinheiro nos relacionamentos. Quando perguntam “Tenho a fama e o poder / Qual das duas você prefere?”, fica evidente que até o afeto é condicionado pelo sucesso e pelos bens materiais. O trecho “Tu quer dinheiro, quer poder / Tu nem quer mais Pandora / Tu quer tal de Audemars Piguet” mostra como o desejo por itens cada vez mais caros substitui sentimentos mais simples. Apesar da ostentação, há uma reflexão sobre as consequências desse estilo de vida, como em “Nenhum de nós dois vai pro céu (céu)” e “Salvação é individual”. Assim, "Dejavu" retrata um ciclo de excessos e repetições, onde o prazer e o luxo se misturam com a sensação de vazio e a busca constante por algo que nunca se completa.