É Nisso Que Eu Boto Fé

A Fé e a Identidade Gaúcha em 'É Nisso Que Eu Boto Fé'

A música 'É Nisso Que Eu Boto Fé', interpretada pelo grupo Os Mirins, é uma celebração da identidade e dos valores do gaúcho, especialmente do peão rio-grandense. A letra destaca a importância do trabalho, da palavra e da honra, elementos centrais na vida do homem do campo. O eu lírico expressa sua crença naquilo que lhe pertence e na sua capacidade de enfrentar desafios, refletindo a resiliência e a determinação típicas da cultura gaúcha.

A canção também faz referência a símbolos e tradições do Rio Grande do Sul, como o lenço vermelho, o violão desbotado e as quatro patas do cavalo, que são apresentados como 'armas' do gaúcho. Esses elementos representam não apenas ferramentas de trabalho, mas também aspectos culturais e emocionais que sustentam a vida do peão. A música exalta a simplicidade e a dignidade de viver com galhardia, mesmo diante das adversidades.

Além disso, a letra aborda a fé em um reencontro com entes queridos que já partiram, trazendo uma dimensão espiritual e emocional à narrativa. A menção à 'velha cruz de Lorena' e às 'auroras morenas' sugere uma esperança de paz e resolução de conflitos. A música, portanto, não é apenas uma ode ao estilo de vida gaúcho, mas também uma reflexão sobre a vida, a morte e a continuidade dos laços afetivos, mesmo além da existência terrena.