Só Quem Cantou Fui Eu

A Melancolia e a Solidão em 'Só Quem Cantou Fui Eu'

A música 'Só Quem Cantou Fui Eu', interpretada por Os Originais do Samba, é uma obra que mergulha profundamente na melancolia e na solidão. A letra descreve uma noite enluarada que, aos poucos, vai se desfazendo, simbolizando a passagem do tempo e a transitoriedade dos momentos. A Lua, que inicialmente enfeita a madrugada, acaba se escondendo, deixando o eu lírico sozinho com sua tristeza. Essa imagem poética reforça a sensação de abandono e introspecção.

O refrão repetitivo 'Só quem cantou fui eu' enfatiza a solidão do eu lírico. Ele é o único a expressar seus sentimentos através do canto, sugerindo que sua dor e saudade são únicas e incompreendidas pelos outros. A repetição do refrão também pode ser vista como uma tentativa de autoafirmação, uma maneira de lidar com a solidão e a tristeza que o consomem.

A segunda estrofe traz a imagem do orvalho se derramando na calçada, comparado a uma lágrima cansada que retorna ao seu ponto de origem. Essa metáfora sugere um ciclo de tristeza e renovação, onde a dor é inevitável, mas também passageira. O 'samba novo' que fica livre no peito do eu lírico é comparado a um pássaro sem jeito, simbolizando a liberdade e a fragilidade dos sentimentos. A saudade, embora presente, não consegue aprisionar completamente o espírito do eu lírico, que encontra no samba uma forma de expressão e alívio.

A música, portanto, é uma reflexão sobre a solidão, a passagem do tempo e a busca por consolo através da música. Os Originais do Samba, com seu estilo característico, conseguem transmitir essas emoções de maneira profunda e envolvente, fazendo com que o ouvinte se conecte com a melancolia e a beleza da canção.