Uma, duas ou Três

Humor e crítica social em “Uma, duas ou Três” de Os Ostras

“Uma, duas ou Três”, da banda Os Ostras, chama atenção pelo uso de duplo sentido e humor ao abordar a masturbação. O título e o refrão, “Eu descascava uma, duas ou três”, fazem referência direta à gíria “punheta”, o que gerou polêmica e ajudou a popularizar a música. A letra começa sugerindo saudade e carência, mas surpreende ao final ao afirmar que a pessoa amada “nunca fez falta nenhuma”, desmontando o tom sentimental inicial e reforçando a ironia.

A música trata de temas como solidão, desejo e a forma como as pessoas lidam com a ausência de um relacionamento, sempre com leveza e sátira. Ao citar “revista pornô” e mencionar críticas como “Já me taxaram punheteiro, sem vergonha, justiceiro e machista”, a canção ironiza os julgamentos sociais sobre masturbação e masculinidade. O tom descontraído e a repetição dos versos reforçam a atmosfera leve e irreverente, típica do surf rock dos anos 60, que influencia Os Ostras. Assim, a música se destaca por transformar um tema considerado tabu em uma crítica social bem-humorada, sem perder o ritmo dançante e divertido.