Violence

Crítica social e denúncia em “Violence” do Overdose

A música “Violence” do Overdose faz uma crítica direta e indignada à sociedade, destacando como diferentes formas de violência – física, social, ambiental e simbólica – são consequências de um sistema corrompido. O verso “Like branches of a tree / Flourishing in front of me / From a rotten society / Violence is all I see” (“Como galhos de uma árvore / Florescendo diante de mim / De uma sociedade podre / Violência é tudo o que vejo”) usa a imagem da árvore para mostrar que a violência nasce das raízes do próprio sistema social, não sendo um fenômeno isolado.

A letra ataca instituições de poder e denuncia injustiças estruturais. Em “Mighty men steal the poor” (“Homens poderosos roubam os pobres”), critica-se a exploração dos trabalhadores. O trecho “In the still of the night / The cops protect and serve (beating, killing innocents!)” (“No silêncio da noite / A polícia protege e serve (espancando, matando inocentes!)”) expõe a brutalidade policial. Já “Church uphold its luxury / Building palaces of gold” (“A igreja mantém seu luxo / Construindo palácios de ouro”) aponta a hipocrisia religiosa, enquanto “How could it be? God's love monopoly...” (“Como pode ser? O monopólio do amor de Deus...”) ironiza o uso da religião para justificar desigualdades. A música também aborda destruição ambiental (“Stupid men destroy the trees / Into ashes they're turned” – “Homens estúpidos destroem as árvores / Elas viram cinzas”) e racismo estrutural (“A street gang prowls... (blacks, jews, nazis) / They've declared a cultural war” – “Uma gangue patrulha... (negros, judeus, nazistas) / Eles declararam uma guerra cultural”).

O refrão “We accuse, denounce, we refuse / We beg for justice, freedom and truth / But who's violent? man is violent” (“Acusamos, denunciamos, recusamos / Imploramos por justiça, liberdade e verdade / Mas quem é violento? O homem é violento”) expressa a frustração diante da passividade social e sugere que a violência faz parte da natureza humana, mas é agravada por estruturas de poder. O contexto do metal em Belo Horizonte, conhecido pelo engajamento político, reforça o tom de denúncia da música, que busca provocar reflexão e resistência à normalização da violência.