Índice de Um Poeta Nato
Pã
Fala-me de amor e ri
Ri como um riacho em prantos
Gritando ao Sol
Tirano, não me queime!
Afim do frio
Falava de amor e riu
Como quem rir pra galera
Por mentiras, por balelas
Caravanas, Caravelas
Falando de amor quem viu
Desprezando o teu amado
Lhe tratando feito um trapo
Antes dele se entregar
Pulou, pulou da cascata os dois
Pulou lá de casa e foi
Pulou pra jamais voltar
(Um objeto trocável, um trapo velho
Uma bela roupa usada que enxuga o chão
Um belo dia, diz
-Tosse a vaca ao brejo!
E o vilarejo fantasma do coração
A minha alma penada penduro ao espelho
E no reflexo vejo desolação
Um varo raro quebrado
Que é brado ao ferro
De quem comanda a maldade dessa estação)
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