E Aí, Bê?

Ironia e desabafo sobre traição em “E Aí, Bê?” de Pablo

Em “E Aí, Bê?”, Pablo utiliza a ironia para abordar as consequências de uma traição. Logo no início, a inversão de papéis chama atenção: quem antes era tratada como "princesa" agora é chamada de "bobo" e "palhaça", mostrando que a escolha por uma aventura incerta trouxe arrependimento. O uso do apelido "bê" (diminutivo de "bebê") reforça o tom sarcástico, já que o carinho do apelido contrasta com o desprezo e a decepção presentes na letra. Fiel ao arrocha, Pablo transforma a dor em um desabafo direto, expondo a solidão e o arrependimento da ex-parceira: “E é sozinha que você vai terminar, por não saber amar”.

A música também destaca o constrangimento de viver um relacionamento escondido, como nos versos “Tirar uma foto e não poder postar / Sonhar e não poder subir no altar”. Pablo evidencia a frustração de quem se tornou "a outra" e perdeu o direito ao reconhecimento social. O refrão repete a pergunta: “Cê tá gostando de ser a outra?”, deixando claro que a escolha da ex-parceira foi prejudicial. Ela trocou o "certo pelo duvidoso" e agora vive uma "vidinha mais sem graça". O tom irônico da letra, junto à melodia envolvente, transforma o lamento em uma espécie de vingança emocional, com o narrador expondo, sem piedade, o preço da traição.