Faltando Um Fiasco

Quando “Faltando Um Fiasco” vira coragem no amor sem medo

Em “Faltando Um Fiasco”, Pablo transforma o quase em impulso. A expressão popular “faltando um fiasco” — gíria nordestina para “por pouco/quase” — é o gatilho que derruba a hesitação e vira convite. Em vez de dramatizar o medo de amar, ele o converte em proximidade e calor, fiel ao arrocha romântico e dançante que lhe rendeu o título de “Rei do Arrocha”. A letra, composta por Dino Boy e Uoshington Carqueija, usa coloquialidade e regionalismo para aproximar o ouvinte, enquanto a repetição do refrão cria clima de pista — marca presente desde a fase de Pablo no Asas Livres e no Grupo Arrocha.

A narrativa vai do despertar ao sim. O início indica um olhar novo sobre o amor: “Era só uma menina/O amor me abriu os olhos”. A dúvida aparece e é logo humanizada em “Quem nunca teve medo de se apaixonar”. O ponto de virada surge quando “com um sorriso, um abraço e faltando um fiasco”, o encontro fica por um triz. No refrão, a voz assume afeto e confiança: “Vem cá, neném/Se quer um beijo, tem”, seguida de “Não tenho medo de me complicar”. Esse “me complicar” tem duplo sentido leve: topar as possíveis “complicações” e, ao mesmo tempo, se jogar sem cálculo, guiado pelo sentir — “Se o coração tá insistindo, vem”. O fecho confirma a decisão e o convite direto, típico do estilo de Pablo: “esse é o momento pra gente se amar.”