Chama Ele Aí

Milagres no presente em “Chama Ele Aí” do Pagode Restaura

A canção traz histórias bíblicas para o agora ao dizer “Eu vi abrindo o Mar”, como se o milagre atravessasse o tempo. No balanço do pagode — marca do Pagode Restaura — o clamor “Chama Ele aí” vira coro simples, comunitário e imediato, em sintonia com o EP “Creio Que Tu És a Cura”. A narrativa começa com um convite direto: “É tempo de buscar… é tempo de amar Aquele que Nasceu”, reafirmando Jesus como quem “Nasceu pra Nos Salvar” e devolve a paz. Em seguida, as memórias de milagres sustentam a ideia central: Deus está “em todos corações e em todo lugar” e pode ser invocado agora, sem formalidade. Os verbos objetivos — “Chama”, “Sinta”, “Clama” — formam um passo a passo de oração para quem atravessa dificuldade, coerente com o propósito do grupo de estimular a conexão com Deus em tempos de dor.

Quando a letra cita “Ele salvou Daniel da cova dos leões” e “Eu vi abrindo o Mar”, aciona imagens clássicas (Daniel 6; Êxodo 14) para fortalecer a confiança; o mesmo Deus que fez isso “expulsou todos Demônios” nos evangelhos e “remove até montanhas” (alusão a Mateus 17:20). Essas cenas operam em duas camadas: fé literal em milagres e metáforas para os “leões” de hoje (ameaças), o “mar” fechado (bloqueios) e as “montanhas” (impossíveis). O trecho “E se uma lágrima rolar… Deus descendo do Seu trono pra abraçar você” descreve consolo imediato, reforçado por vínculos afetivos — “abraça como um Irmão”, “ama como um Pai”, “Nunca abandona um filho Seu”. Ao repetir “Chama Ele aí”, a música oferece um gesto prático e acolhedor: clamar onde se está, certo de que Ele conhece a dor e não esquece ninguém. Assim, o pagode vira veículo de esperança e aproxima a mensagem bíblica do cotidiano, convidando quem ouve a dar o primeiro passo de fé.