¡ AIBOFOBIA !

Ciclos de autocrítica e vulnerabilidade em “¡ AIBOFOBIA !”

O título “¡ AIBOFOBIA !” já traz a ironia central da música de Papillon: a palavra, um palíndromo que significa medo de palíndromos, simboliza o receio de repetir padrões e ficar preso em ciclos. Papillon usa esse conceito para abordar a sensação de estar constantemente sob julgamento, tanto dos outros quanto de si mesmo. Ele expressa essa inquietação em versos como “Julga-me porque eu já não sou aquilo que eu era d'antes”, mostrando a dificuldade de se libertar das expectativas externas e das próprias inseguranças.

A letra explora temas como ansiedade, autoconhecimento e a luta contra pensamentos repetitivos, evidenciados em “Meus pensamentos têm pensamentos, pensam demasiado”. Papillon relaciona o medo de palíndromos ao medo de se tornar aquilo que mais teme, reforçando a ideia de ciclos psicológicos difíceis de romper. Ele também questiona se a busca por uma “melhor versão” não acaba se tornando uma prisão autoimposta. No trecho final, “o meu maior medo era passar por esse processo todo e dar por a mim a tornar-me no vilão da minha própria história”, o artista revela sua vulnerabilidade diante do autoboicote e do medo de não conseguir mudar. “¡ AIBOFOBIA !” se destaca como um retrato honesto das batalhas internas de quem tenta se entender em meio ao barulho dos próprios pensamentos e dos julgamentos do mundo.