Imagina

Ausência e busca por afeto em "Imagina" de Papillon

A música "Imagina", de Papillon, aborda de forma direta como a falta de afeto na infância pode influenciar profundamente a vida adulta. Logo no início, o artista revela a dor de crescer sem demonstrações de carinho entre os pais e de se sentir um peso para eles, como mostra o verso: “Dizem que me amam e eu finjo que acredito / Se isso fosse verdade, não precisava ser dito”. O contexto familiar é marcado pela separação dos pais, a emigração do pai e o novo casamento da mãe em outro país, o que reforça o sentimento de abandono. Papillon transforma essa experiência em uma promessa de não repetir o ciclo: “Só que vou amar de verdade o meu par, no meu lar / E ao meu filho eu vou dar todo o amor que eu nunca senti”.

No segundo verso, Papillon fala sobre a busca por um amor verdadeiro. Ele descreve um relacionamento intenso, onde finalmente encontra o sentimento que sempre procurou: “Nunca senti o que sinto por ti noutra pessoa”. No entanto, a separação da pessoa amada, que parte para Londres, mostra que nem sempre o amor é suficiente para manter duas pessoas juntas. O refrão “Nunca senti, nunca senti, nunca senti” reforça a carência afetiva que atravessa toda a sua trajetória.

No terceiro verso, o foco é a perda de um ente querido, provavelmente um primo, e a culpa por não ter feito mais para ajudá-lo. Papillon reflete sobre a mortalidade e o arrependimento, reconhecendo que a morte do familiar o fez repensar suas próprias escolhas e a forma de expressar amor. A frase “Sinto-me culpado porque não te amei como devia” resume o peso emocional que carrega. "Imagina" é, assim, um relato honesto sobre ausência, busca por afeto e o impacto das perdas, conectando experiências pessoais a sentimentos universais.