Venenoso

Força e identidade sertaneja em “Venenoso” de Pardinho e Pardal

A música “Venenoso”, de Pardinho e Pardal, começa com uma declaração forte: “Nasci num ninho de cobra, minha mãe é a serpente”. Aqui, o narrador se apresenta como alguém que já nasceu em meio ao perigo, herdando força e resistência como um legado de família. O verso “Bebi do veneno dela, meu sangue ficou mais quente” reforça essa ideia, mostrando que ele se fortaleceu justamente por conviver com situações arriscadas, transformando o que poderia ser uma fraqueza em fonte de poder.

Ao longo da letra, aparecem imagens de coragem e domínio sobre desafios extremos, como “Leão eu venço no tapa, cascavel mato no dente” e “Tarraquei de unha e dente no pescoço de um dragão”. Essas hipérboles, típicas do estilo da dupla, servem para exaltar a autoconfiança do protagonista, que se mostra invencível diante de qualquer obstáculo. O uso de animais ferozes e situações quase lendárias reforça o tom desafiador e popular da canção, conectando-se ao universo sertanejo de superação. O trecho “Eu escondo meu veneno no tonel de por cachaça” sugere que sua força, talento ou até mesmo sua música está guardada, pronta para ser usada, além de brincar com o duplo sentido envolvendo a bebida típica do interior.

No refrão, “Meu pagode é venenoso e o seu veneno não falha”, a música compara o estilo musical da dupla ao poder do veneno, indicando que sua arte é contagiante e marcante, espalhando-se “igual fogo na pólvora”. Assim, “Venenoso” usa metáforas de animais e situações de risco para celebrar a autossuficiência, a criatividade e a identidade forte do sertanejo, características centrais na obra de Pardinho e Pardal.