Living Room

Sala de Estar

Living Room

Nós todos nascemos do amor neste velho paísNous tous nés d'amour dans ce vieux pays
Onde só velhos, bem velhos macacos estão sentadosOù seuls de vieux, de très vieux singes sont assis
Controlando nossas liberdadesAux commandes de nos libertés
Comandando nossas integridadesAux manettes de nos intégrités

Então, vamos nos dar um tapa no narizAlors, tapons-nous sur le nez
Isso sempre faz eles riremÇa les fait toujours rigoler
Vai, vamos nos dar um tapa, entre nósAllez, tapons-nous, entre nous
Isso sempre vai render uma grana pra elesÇa leur fera toujours de gros sous
Quando nos venderem canivetesQuand ils nous vendront des canifs
E ideias podresEt des idées malsaines
Pra que nossas vidas pequenas se enterremPour que nos petites vies s'enfouissent
Na violência e no ódioDans la violence et la haine
Então, o que, vamos dormir do lado de foraAlors quoi, on va coucher dehors
Debaixo das pontes, sob pontes de ouroSous les ponts, sous des ponts d'or
Que outros construíram pra ir da cozinha delesQue d'autres auront construits pour aller de leur cuisine
Até a sala de estar...A leur living...

A sala de estar delesLeur living-room
Não é conversa fiada, não é ventoC'est pas du flan, c'est pas du vent
É a sala de estar dos velhos macacos sábiosC'est le living-room des vieux singes savants
Sala... Sala... Sala de estarLiving... Living... Living...room

Nós todos nascemos, meu amigoNous sommes tous nés, mon ami
Nós todos estamos vivos, tá escritoNous sommes tous vivants, c'est inscrit
No nosso olho, você vê, no fundo brilhaDans notre œil, tu vois, au fond ça luit
Um desejo de viver, um desejoD'une envie de vivre, d'une envie

De percorrer o mundoDe parcourir le monde
Essa boa terra tão generosaCette bonne terre si gironde
Mas não, mas não, olha só, estamos sendo cobrados!Mais non, mais non, voilà qu'on nous gronde !
Casos sem deixar passarCas sans laisser-passer
Não podemos nos deixar levarFaut pas se laisser aller

A sonhar com outra vida, meu amigo,A rêver d'une autre vie, mon ami,
Não, não podemos sonharNon, faut pas rêver
Porque pra sonhar, precisamos de "deixar passar"Car pour rêver, faut des «laisser-passer»
De papel, pra passar a vidaDu papier, pour passer sa vie

Do outro lado da ponte, das pontes de ouro, lá foraDe l'autre côté du pont, des ponts d'or, dehors
Tem um monte, não é que a gente ignoraY'en a des tonnes, c'est pas qu'on les ignore
Porque a gente vê eles passando da cozinha delesCar on les voit souvent passer de leur cuisine
Até a sala de estar...A leur living...

É assim que, quando pensamosVoilà comment, quand on y pense
Todos nós nos tornamos elefantesNous sommes tous devenus des éléphants
Gnus, girafas, orangotangosDes gnous, des girafes, des orangs-outangs
Nas nossas reservas sob vigilânciaDans nos réserves sous surveillance
E que não nos deixem nos perderEt qu'on n'aille pas s'égarer
Em rebanho ou bem sozinhos, isoladosEn troupeau ou bien tout seul, isolé
Nas reservas ao ladoDans les réserves d'à côté
É certo que vamos esbarrar em um ossoOn est sûr de tomber sur un os

Um osteopata de primeiraUn ostéopathe de première

Que vai te desmembrar, é o trabalho dele!Qui vous démembrera, c'est son affaire !
De fazer você perder a vontadeDe vous faire passer l'envie
Das viagens proibidasDes voyages interdits

Proibidas nos nossos velhos paísesInterdits dans nos vieux pays
Onde só velhos, bem velhos macacos estão sentadosOù seuls de vieux, de très vieux singes sont assis
Na cozinha deles, eles matutamDans leur cuisine, ils gambergent
Pra melhorar a sala de estar deles...Pour améliorer leur living...