Ventanita de arrabal

Janelinha do Subúrbio

Ventanita de arrabal

No bairro CaferataEn el barrio Caferata
num velho cortiço,en un viejo conventillo,
com os pisos de tijolo,con los pisos de ladrillo,
sem porta de entrada,minga de puerta cancel,
donde vão os organistasdonde van los organitos
seus lamentos resmungando,su lamento rezongando,
está a garota esperandoestá la piba esperando
que passe aquele rapaz.que pase el muchacho aquel.

Aquele que sozinhoAquel que solito
entrou no cortiço,entró al conventillo,
com os olhos cheios deechao a los ojos el
um funyi marrom;funyi marrón;
bota de cano longo,botín enterizo,
com o colarinho brilhando,el cuello con brillo,
pediu um violãopidió una guitarra
e pra ela cantou.y pa'ella cantó.

Aquele que, num domingo,Aquel que, un domingo,
dançaram um tango;bailaron un tango;
aquele que disse:aquel que le dijo:
"Tô morrendo por você";"Me muero por vos";
aquele que sua almaaquel que su almita
arrastou pela lama,arrastró por el fango,
aquele que na gradeaquel que a la reja
nunca mais voltou.más nunca volvió.

Janelinha do cotorroVentanita del cotorro
donde só há flores secas,donde sólo hay flores secas,
você também abandonadavos también abandonada
daquele dia... ficou.de aquel día... se quedó.

O orvalho das suas folhas,El rocío de sus hojas,
as chuvas da ausência,las garúas de la ausencia,
com a dor de um suspirocon el dolor de un suspiro
tua tronquinho despedaçou.tu tronquito destrozó.