Cem Por Cento Original (part. Cris SNJ)

Autenticidade e resistência em "Cem Por Cento Original (part. Cris SNJ)"

A música "Cem Por Cento Original (part. Cris SNJ)", de Pateta Código 43 com participação de Cris SNJ, valoriza a autenticidade como forma de resistência nas periferias. Ao afirmar "Só quero o que é meu sem pisar em ninguém", os artistas deixam claro o compromisso com a integridade, mesmo diante das dificuldades enfrentadas diariamente. O fato de a faixa ter sido gravada no Morro da Lua, na Zona Sul de São Paulo, reforça a ligação direta com a realidade das quebradas e a luta por respeito e espaço sem abrir mão dos próprios valores.

A letra destaca que o caminho é difícil, mas a honestidade e a originalidade são armas contra a opressão e o preconceito. Trechos como "Eu me declaro inimigo de quem humilha o favelado" e "Na mira dos fardo eu sei o fardo que eu carrego" mostram o peso das dificuldades e a pressão policial, usando o termo "fardo" tanto como referência ao peso da vida quanto à gíria para policiais. Cris SNJ traz uma visão feminina e pessoal, abordando superação de traições e fome, como em "Mãos falsas estendidas me empurraram da ponte" e "Já escalei tipo o Everest pra fugir da fome". Ela valoriza o amor-próprio e a força ancestral, conectando sua trajetória à de outras mulheres periféricas. A crítica à superficialidade das relações e da internet aparece em "A internet é foda, é fonte de fantasia", alertando para a importância de manter a mente alerta. A mensagem central é a de se manter fiel a si mesmo, lutar com dignidade e usar a arte como ferramenta de transformação, mesmo sem reconhecimento imediato.