Go Back (part. Zeca Baleiro)

Ruptura e reinvenção em "Go Back (part. Zeca Baleiro)"

"Go Back (part. Zeca Baleiro)", interpretada por Patrícia Ahmaral, explora o sentimento de ruptura e amadurecimento diante de situações e relações que perderam o sentido. A letra aborda a despedida, mas também destaca a importância de se reinventar e seguir em frente, sem se prender ao passado. Isso fica claro em versos como “Aquele trem já passou / E se passou, passou / Daqui pra melhor / Foi!”, que expressam a aceitação do fim de um ciclo e a busca por algo mais significativo. O refrão, “Só quero saber do que pode dar certo / Não tenho tempo a perder”, reforça a ideia de priorizar o que realmente importa e não desperdiçar tempo com o que não traz crescimento.

A canção tem como base poemas de Torquato Neto, um dos nomes centrais do tropicalismo, conhecido por sua escrita direta e existencial. Essa influência aparece especialmente na segunda parte da música, quando a letra se afasta do tema amoroso e passa a tratar de questões de identidade e pertencimento: “Não é o meu país, é uma sombra que pende concreta / Do meu nariz em linha reta... Nem é o nosso amor, é memória que suja, a história que enferruja, o que passou”. Aqui, a despedida ganha um sentido mais amplo, envolvendo não só relações pessoais, mas também o país, a cidade e até a própria identidade. A regravação de Patrícia Ahmaral com Zeca Baleiro, feita em homenagem a Torquato Neto, reforça essa mensagem de transformação e desapego, mantendo viva a inquietação criativa do poeta.