Amargurado / Sem Você / Ainda Ontem Chorei de Saudade (Pout-Pourri)

Dor e saudade no sertanejo em “Amargurado / Sem Você / Ainda Ontem Chorei de Saudade”

Ao reunir “Amargurado”, “Sem Você” e “Ainda Ontem Chorei de Saudade” em um pout-pourri, Paula Fernandes destaca como o sofrimento amoroso é um tema universal e atemporal no sertanejo. A sequência das músicas constrói uma narrativa crescente de dor: começa com a desilusão e o abandono, passa pela solidão e termina na saudade persistente, mesmo diante do desejo de esquecer. O tom melancólico não está apenas nas letras, mas também na forma como as canções se conectam, mostrando que a dor da separação não se resolve com o tempo ou a distância.

Em “Amargurado”, a letra revela a frustração diante de promessas não cumpridas e a sensação de não ser suficiente, como em “a riqueza que eu nunca tive”. Mesmo magoado, o narrador deseja felicidade ao outro: “Vai com Deus, sejas feliz com o seu amado”. Em “Sem Você”, a solidão se aprofunda, com versos como “Nem o tempo me faz companhia”, mostrando que a ausência transforma até o tempo em um inimigo. Já em “Ainda Ontem Chorei de Saudade”, a saudade se intensifica ao reler uma carta e sentir o perfume da pessoa amada, deixando claro que esquecer é impossível: “Mas esquecer é bobagem, é tempo perdido”.

O contexto histórico dessas músicas, especialmente “Ainda Ontem Chorei de Saudade”, composta por Moacyr Franco e eternizada por João Mineiro & Marciano, reforça o peso da saudade e da memória afetiva no sertanejo. Ao reinterpretar esses clássicos, Paula Fernandes homenageia a tradição e atualiza a experiência da dor amorosa para novas gerações, mantendo viva a essência nostálgica do gênero.