Ainda Não Me Acostumei

Memórias digitais e saudade em “Ainda Não Me Acostumei”

“Ainda Não Me Acostumei”, de Paula Fernandes, aborda como as lembranças digitais podem dificultar o fim de um relacionamento. A artista traz um exemplo pessoal ao mencionar, em entrevistas, que se inspirou em situações reais, como quando "ficou na tela aquela foto que eu tirei do primeiro encontro e esqueci de apagar". Esse detalhe mostra como objetos simples, como fotos no celular, podem servir de gatilho para a saudade e tornar o processo de desapego mais difícil.

A letra revela a luta interna entre o desejo de esquecer e a persistência das memórias, especialmente em versos como “já deveria ter passado, deletado e ter virado pó”. O questionamento “será que foi só eu que amei e só eu vou ter que superar?” expõe sentimentos de insegurança e solidão, comuns após o término. Diferente de outras músicas do álbum, que falam sobre amor-próprio, esta faixa destaca um momento de vulnerabilidade, mostrando que superar a ausência de alguém importante é um desafio diário. Paula Fernandes transforma essa experiência pessoal em uma narrativa com a qual muitos ouvintes podem se identificar, tornando a canção um retrato honesto das dificuldades do pós-término.