Romaria (part. Tânia Mara)

Fé e esperança no sertão em “Romaria (part. Tânia Mara)”

“Romaria (part. Tânia Mara)”, interpretada por Paula Fernandes, retrata de forma sensível a vida do homem do campo, transformando sua rotina difícil em uma busca universal por sentido e proteção. Logo no início, versos como “É de sonho e de pó / O destino de um só” mostram o contraste entre a esperança e a dureza do sertão, destacando que o personagem principal vive entre aspirações e a realidade árida. Elementos como “laço e de nó” e “gibeira ou jiló” reforçam a ligação com a cultura caipira, trazendo à tona o cotidiano rural e suas adversidades. A presença do cavalo na letra simboliza a solidão e a introspecção do viajante, reforçando o tom contemplativo da música.

O refrão, “Sou caipira Pirapora Nossa Senhora de Aparecida”, conecta a canção à devoção popular à padroeira do Brasil e à tradição das romarias, peregrinações de fé comuns no interior. O pedido “ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida” usa metáforas para expressar o desejo de orientação espiritual: “mina escura” representa os momentos difíceis, enquanto “funda o trem” sugere que a fé seja o alicerce da vida. Inspirada nas peregrinações a Aparecida do Norte, a letra reflete a busca por direção em meio a perdas e desafios, como a solidão da mãe e o destino incerto dos irmãos. No final, o verso “Como eu não sei rezar / Só queria mostrar / Meu olhar” revela uma fé simples e sincera, baseada mais na entrega e esperança do que em rituais, reforçando o tom autêntico e emotivo da canção.