Alone

Solidão como liberdade e prazer em "Alone" de Paulelson

Em "Alone", Paulelson transforma a ideia de solidão em um convite para experiências intensas e passageiras. Ao lado de Mulatooh, ele mostra que estar sozinho não significa isolamento, mas sim uma oportunidade para encontros casuais, festas e prazeres momentâneos. Isso fica claro nos versos: “Bem pausado, tou no biva alone / De repente o buba / Começou a tocar / Notificação no telefone”, onde o tempo sozinho em casa é rapidamente interrompido por mensagens e ligações que levam a situações inesperadas. Aqui, a solidão é vista como um espaço desejado, que abre portas para o improviso e a diversão.

A letra aborda de forma direta temas como sexo, desejo e ostentação, usando gírias do rap angolano, como “Ndomboló” (dança africana), “skrrt no Mercedes” (referência a carros de luxo) e “banzelar” (ficar relaxado, geralmente sob efeito de maconha). A mulher retratada é descrita como “ninfomaníaca”, alguém que busca prazer sem restrições, e a relação entre ela e o narrador é marcada pelo desejo físico, sem envolvimento emocional: “Mas ela sabe / Que se eu tou com ela / Não é pelo love / É pela bundona”. O clima da música é de liberdade, festa e desapego, reforçando a ideia de que a solidão pode ser um ponto de partida para aproveitar a vida sem se prender a vínculos profundos.