Panda

Superação e crítica social em "Panda" de Pecaos

O título "Panda" traz um duplo sentido importante na música de Pecaos. Além de fazer referência ao animal que se alimenta de folhas, como em "Começar a comer folha igual urso panda", o nome simboliza adaptação e sobrevivência diante das dificuldades. Essa escolha reflete a realidade de quem precisa se reinventar para não sucumbir aos desafios, especialmente no contexto da Zona Sul de Curitiba, onde o artista cresceu e iniciou sua trajetória nas batalhas de rima.

A letra é marcada por imagens de luta e resistência, como em "Forjado a sangue e suor" e "Acharam mesmo que do inferno nois não ia sair? Eis me aqui, porra", que expressam a superação de adversidades e perdas, incluindo a morte de um irmão. O verso "Eu sei a caneta do alvará é a mesma da sentença / Por isso te falei que o crime não compensa" faz uma crítica direta ao sistema, mostrando como liberdade e condenação estão próximas nas periferias. Pecaos também destaca o impacto de suas ações na comunidade, como em "As criança tão vendo… Eu fui pra pista ler, no outro dia o muleque do corre também tava lendo", ressaltando a importância do exemplo e da transformação pelo conhecimento. No final, o artista reafirma seu propósito: "Só vou descansar quando você respeitar o peso de pegar no mic", mostrando que sua arte é resistência e instrumento de mudança.