12 (part. DEGE)

Superação e realidade social em “12 (part. DEGE)” de Pedrin

A música “12 (part. DEGE)” de Pedrin retrata de forma direta como a falta de oportunidades e o ambiente hostil das periferias influenciam sonhos e escolhas desde cedo. O verso “revoltado desde os 12, pensando em ser jogador” mostra que, aos 12 anos, o protagonista já sente o peso da realidade difícil, marcando o início de uma consciência social e de uma luta por sobrevivência. O número 12 simboliza esse momento de virada, quando a infância é interrompida pela necessidade de amadurecer rapidamente. A letra também aborda a ausência de estrutura familiar e a proximidade com o tráfico, como em “Não tinha uma família e pensava em ser traficante”, evidenciando os caminhos limitados que muitos jovens enxergam.

A narrativa tem um tom de desabafo realista, mostrando tanto as dificuldades quanto as conquistas. Em “Mas a vida não é ingrata, Deus honrou com a sua palavra / E hoje esse menor tá bem, conhecido na quebrada”, a fé e a resiliência aparecem como forças para superar as barreiras sociais. O trecho “Pulando várias barreira, desviando dos traçante” usa a gíria “traçante” (tiros de armas de fogo) para ilustrar os perigos diários. O sucesso, representado pelo “rolé de 1200” (referência a uma moto potente), contrasta com a desconfiança em relação a “falsos amigo”, mostrando que a ascensão social traz novos desafios. A música destaca ainda a importância de manter a humildade e o equilíbrio, mesmo diante das mudanças, reforçando a autenticidade do relato e a valorização da persistência e da fé como caminhos para uma vida melhor.