Chefinha (part. Js da Torre)

Rivalidade e afirmação em "Chefinha (part. Pedrin Js da Torre)"

"Chefinha (part. Pedrin Js da Torre)", de Pedrin, se destaca pelo tom provocativo e direto, usando a rivalidade como motor da narrativa. A letra vai além de ataques pessoais, abordando dinâmicas de poder e autenticidade no hip-hop carioca, especialmente entre artistas emergentes da Pavuna. Ao chamar o alvo de "chefin de porra nenhuma" e "funcionário", Pedrin e Js da Torre questionam a legitimidade e a autonomia do rival, sugerindo que ele apenas segue ordens e não tem protagonismo real. Isso fica claro no refrão: “Primeiro, tu não tem canal / Segundo, Chefin é funcionário / Terceiro, não mexa com nós / Quarto motivo, tu é fraco”.

A música faz referências a nomes do rap como Orochi e Oruan, e usa comparações para desmerecer o adversário, acusando-o de copiar estilos e até cortes de cabelo. O verso “Se nós é a cópia de gringo / Você é a cópia da cópia” ironiza a acusação de imitação, devolvendo a crítica ao rival. Elementos de violência simbólica e real aparecem em “Vamo ver se 10 carro / Da de frente com 10 fuzil”, reforçando o clima de desafio típico das batalhas de rap. O contexto da Pavuna, bairro do Rio de Janeiro, fortalece a autenticidade dos artistas, que contrastam suas origens e experiências para legitimar sua voz no rap. Assim, a música se apresenta como um manifesto de afirmação, crítica e disputa por respeito dentro da cena, usando ironia e referências locais para construir uma narrativa de superioridade e autenticidade.