Era Vargas

A Era Vargas: Ditadura, Populismo e Contradições

A música 'Era Vargas' de Pedro Lucas oferece uma visão crítica e irônica sobre o período em que Getúlio Vargas esteve no poder no Brasil. A letra aborda de forma direta e sem rodeios as ações e políticas implementadas por Vargas, destacando tanto os aspectos autoritários quanto os populistas de seu governo. A música começa mencionando a chegada de Vargas ao poder e a instauração do Estado Novo, um regime ditatorial que centralizou o poder e censurou a imprensa. A referência a 'mandar Judeu pra Hitler' é uma crítica severa à política externa de Vargas durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil, inicialmente neutro, acabou se alinhando aos Aliados, mas não sem controvérsias.

O segundo verso da música destaca as contradições do governo Vargas, que, apesar de sua natureza ditatorial, também estabeleceu direitos trabalhistas e investiu na industrialização do país. A letra menciona a fundação da Petrobrás e o slogan 'O Petróleo é nosso', simbolizando o nacionalismo econômico de Vargas. A música também faz referência ao 'queremismo', movimento popular que pedia a permanência de Vargas no poder após a Segunda Guerra Mundial, evidenciando seu apelo populista e a complexidade de sua figura política.

No último verso, a música aborda o retorno de Vargas ao poder como presidente eleito democraticamente, tentando apagar a imagem autoritária do passado. No entanto, a letra não deixa de criticar o populismo e as crises enfrentadas durante seu governo. A frase 'Daqui só sai o morto' faz alusão ao suicídio de Vargas em 1954, um ato que marcou profundamente a história política do Brasil. A música termina reafirmando a ideia de que Vargas, com todas as suas contradições, deixou um legado duradouro e controverso, encapsulado no termo 'getulhismo'.