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Letra

    Este é o Baiquara que se alçou no pedregulho
    Conheço pelo barulho, batendo o remo na enchente
    Igual capincho, sobe a galope o barranco
    De barba e cabelo branco, arisco que nem serpente

    Ele é ventena, foi bagual no Meretrício
    Carregava como um vício cachaça, China e baralho
    Trocou a cidade pelas barrancas do rio
    Se empandilhou com Bugio, Lagarto, Cobra e Leão-Baio

    Tem mil caguetes num semblante de jesuíta
    Mais parece um eremita que existiu antigamente
    Se tem visita, se desmancha em gargalhada
    Rasgando a boca enrugada, mostrando que tá contente

    Conhece a pesca, o remanso do Pintado
    Cachoeira que dá Dourado, águas calmas do Pati
    Golpeia o remo, parece que Deus o leva
    Pra pescar Piava na seva e, nos poços, Surubi

    Nas luas cheias que se banham no Uruguai
    Acarca'-lhe um sapucay em direção à Argentina
    Do outro lado, responde a China cantando
    Atravessa o rio nadando aqui pra pampa sulina

    Então, o rancho parece que vem abaixo
    Onde tem China e macho bufando e pedindo achego
    Até parece que o mundo lasca no meio
    Dois loucos matando anseios num catre sobre os pelegos

    Quem resolveu abandonar balda e manha
    Se enfurnar lá na campanha, da vida, ver as belezas
    Mora no mato, do mundo, sabe o segredo
    Misturado ao bicharedo, faz parte da natureza

    Composição: Gabriel Ortaça / Lourenço Notagiacomo / Nélio Lopes. Essa informação está errada? Nos avise.

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