Azz Veizz (parte 2)

Juventude urbana e cotidiano em “Azz Veizz (parte 2)”

Em “Azz Veizz (parte 2)”, Pedro Qualy utiliza a expressão “azz veizz” (“às vezes”, em linguagem coloquial) como elemento central para retratar a imprevisibilidade e a variedade de situações vividas pela juventude urbana, especialmente nas relações amorosas e nos rolês noturnos de São Paulo. O uso de gírias e referências ao cotidiano, como “vou no sapatin'” (agir discretamente), “perde a linha” (extrapolar nos limites) e menções a aplicativos, festas e bairros, aproxima a música do público jovem e reforça a autenticidade das experiências narradas. A letra explora a dualidade entre o desejo de compromisso e a busca por liberdade, mostrando personagens que alternam entre envolvimento afetivo e curtição sem amarras, como em “azz veizz ela quer festinha, azz veizz ela perde a linha, azz veizz nem responde o zap”.

A colaboração entre artistas de diferentes gerações e estilos, como Edi Rock (Racionais MC's) e MC Guimê, aparece na própria letra, que mistura referências ao rap, funk, trap e samba, como em “no samba eu sou Belo, no funk eu sou baile”. Isso reforça a integração e o respeito à diversidade musical e cultural da cidade. A música também menciona situações típicas da vida paulistana, como pegar o Rebouças lotado ou ter o celular roubado, e utiliza metáforas urbanas, como “um cavalo de Troia por mês” e “a jararaca deita e rola”, para ilustrar os desafios e perigos do cotidiano. Com tom leve e bem-humorado, a canção aborda sentimentos contraditórios e escolhas impulsivas, oferecendo um retrato sincero da juventude periférica e celebrando tanto as conquistas quanto as incertezas do dia a dia.