A Carta

Expressão da saudade e vulnerabilidade em “A Carta”

Em “A Carta”, Péricles utiliza elementos da escrita, como "dois pontos", "exclamação" e "vírgula", para transformar a carta em uma metáfora da dificuldade de expressar sentimentos profundos. Ao dizer "uma carta é muito pouco para revelar o retrato da tristeza e a cicatriz da saudade", o artista mostra como o papel e as palavras são insuficientes diante da intensidade da dor e da saudade causadas pela ausência da pessoa amada.

A sinceridade do narrador fica clara quando ele admite: "Eu sei que não sou escritor, é só uma carta de amor de alguém que te quer de verdade". Mesmo sem habilidade literária, ele se arrisca a escrever, movido pelo desejo de reconciliação. A música destaca a permanência da dor ao compará-la a uma "tatuagem de amor", algo impossível de apagar. Assim, Péricles constrói uma imagem de vulnerabilidade e entrega, mostrando que, apesar das limitações da linguagem, cada recurso da escrita é usado para tentar diminuir a distância e reforçar que nem mesmo as regras gramaticais podem separar o nome da pessoa amada de sua paixão.