GAVILÁN II (part. Tito Double P)

Violência e lealdade em “GAVILÁN II (part. Tito Double P)”

Em “GAVILÁN II (part. Tito Double P)”, Peso Pluma retrata a realidade brutal do crime organizado no México, usando uma linguagem direta e cheia de referências ao cotidiano do narcotráfico. A menção à “flaca” – gíria para a morte – e à sobrevivência após “rayas por todo mi cuerpo” (cicatrizes por todo o meu corpo) e “un que otro balazo” (um ou outro tiro) mostra como a violência é parte natural da vida do protagonista. Ele não só aceita, mas sente orgulho de sua posição, como fica claro em “si la orden es matar, esa no se cuestiona” (se a ordem é matar, isso não se questiona), reforçando a importância da hierarquia e da lealdade, especialmente à família “Guzmán”, ligada ao cartel de Sinaloa.

A música se inspira em fatos reais, como a batalha em Culiacán para salvar o filho de um general, citada em “Un jueves en Culiacán, cómo se me va a olvidar que peleamos, la consigna era salvar un hijo del general” (Uma quinta-feira em Culiacán, como vou esquecer que lutamos, a missão era salvar o filho do general). Isso aproxima a narrativa da violência cotidiana e da tensão vivida por quem está envolvido nesse universo. A presença de figuras como “El Toner” e o uso de ex-militares mostram a estrutura militarizada dessas organizações. Apesar das cicatrizes físicas e emocionais, a frase “seguiré echando chingazos” (continuarei lutando) resume a resiliência e a determinação do protagonista, que não demonstra arrependimento ou fraqueza diante dos desafios.