Nem Figa, Nem Reza (part. Ciel Rodrigues)

Ironia e saudade em "Nem Figa, Nem Reza" de PH Paulo Henrique

"Nem Figa, Nem Reza (part. Ciel Rodrigues)", de PH Paulo Henrique, usa a ironia para transformar o ressentimento do ex-amante em uma espécie de "praga" bem-humorada. O eu lírico deseja que a ex-parceira não consiga ser feliz em novos relacionamentos, como fica claro no trecho: “Eu desejo que ninguém te chame de rainha / Que a boca que você beijar depois da minha / Eu desejo que não te dê prazer”. Aqui, o desejo de exclusividade e a mágoa aparecem de forma leve, quase como uma brincadeira, mantendo o tom descontraído típico do arrocha.

No refrão, a música recorre a expressões populares: “Pode falar que praga de ex amor não pega / Cuidado pra seu coração não vacilar / Faz figa e reza / Pra quando der saudade a praga não pegar”. O uso de "figa" e "reza" remete a rituais de proteção contra o azar, sugerindo que, mesmo tentando afastar o passado, a saudade e o desejo de retorno são inevitáveis. O título "Nem figa, nem reza" reforça a ideia de que nenhum ritual será suficiente para impedir que a ex volte a procurá-lo, mostrando a confiança do narrador no vínculo entre eles. Assim, a música brinca com superstições e o folclore popular para expressar sentimentos de posse, saudade e uma esperança irônica de que o antigo amor não será facilmente superado.