Ne Dans Les Rues de Paris

Crescimento e exclusão em “Ne Dans Les Rues de Paris”

Em “Ne Dans Les Rues de Paris”, Pierpoljak faz um relato pessoal sobre crescer nas ruas da capital francesa, marcado pela exclusão social e pela luta diária para sobreviver. O verso repetido “Désolé si j'ai grandi” (desculpe se eu cresci) vai além de um simples pedido de desculpas pelo amadurecimento; ele expressa o peso das escolhas feitas sob pressão da marginalização. O artista descreve episódios de delinquência juvenil, como “en pétant vos vitrines, en volant vos bijoux” (quebrando vitrines, roubando joias), mostrando como essas ações estavam ligadas à necessidade de sobreviver em um ambiente hostil. Essas passagens são autobiográficas, e Pierpoljak usa a música para refletir sobre arrependimento e dilemas morais, como revela o trecho “Je sais pas si c'était bien, je sais pas si c'était mal” (não sei se era certo, não sei se era errado).

A expressão “à l'ombre de vos lumières” (à sombra de suas luzes) simboliza a sensação de viver à margem do brilho e da prosperidade de Paris, sem nunca realmente pertencer a esse mundo. O verso “Sans père et sans repères, maman m'a tout appris” (sem pai e sem referências, minha mãe me ensinou tudo) destaca a ausência paterna e o papel fundamental da mãe, reforçando o tom confessional da canção. Ao citar o confronto com “la reuteupeu” e “la seuneuceufeu” (gírias para polícia e bombeiros), o artista evidencia o conflito constante com as autoridades, típico de quem vive à margem. O refrão e as repetições reforçam o peso do passado e o desejo de compreensão, tornando a música um retrato honesto sobre exclusão, sobrevivência e busca por redenção.